O Ecourbanista: julho 2010

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quarta-feira, julho 28, 2010

0016 - Acerca de bovinos, caninos e cetáceos...

A proibição às touradas na Espanha é algo que me traz grande prazer, ainda mais hoje, que é dia do meu aniversário (estou aceitando presentes, obrigado, obrigado)!

Esta foto à esquerda (abaixo) é de uma campanha bem forte contra o fim das touradas
Fonte: http://www.stieren.net

Desculpem, mas eu sinto um prazer quase insano em ver/mostrar essa foto da direita (acima)...
Fonte: http://www.xcrap.org/tags/filipe-tavares/

Em meu ponto de vista particular, a tourada, tida como arte e jogo de sedução (partindo dela até mesmo o pasodoble, uma dança bem gostosinha de ver - a "sedução" está mais exposta no clipe de "Take A Bow", da Madonna), nada mais é que um modo de alguém exercer dominação cruel sobre um animal - com direito a um assassinato público do pobre (o touro é espetado até a morte, e ainda tem partes arrancadas, o que vocês esperam que eu sinta??!).
Os espanhóis poderiam se utilizar do argumento do turismo, mas é sabido que o público para este tipo de "espetáculo" tem caído e caído. Os tempos são outros - e bem outros. Uma vez que tourada não é para qualquer estômago, foi um passo para que defensores de animais aproveitassem para associar também à cultura do "politicamente correto" e do "bom-mocismo" para fazer frente - o que torna tudo uma jogada mais político-econômica que propriamente eco-humanitária. O desafio, agora, será tentar conter as touradas ilegais que, com certeza, serão feitas no País.
Mas, enquanto acabar com a matança de touros foi relativamente "fácil", um desafio bem maior para as entidades ecologistas encontra-se na caça aos cetáceos (baleias e golfinhos, especialmente).
Países como o Japão, Noruega e Islândia se recusam sempre a ceder à pressão da ONU de abandonar a caça aos cetáceos, pelos mais variados motivos.
O Japão, por exemplo, com uma população crescendo e terra pobre pra quase tudo, depende quase exclusivamente do mar para alimentação - e, vamos convir, se a caça a esses animais não fosse um negócio lucrativo, seria muito mais fácil largar mão dele.


Caça às baleias nas ilhas Feroe, Dinamarca
Fonte: http://www.whalenation.org/index.asp?page=whale_hunting

Já em outros países (circulam e-mails afirmando se tratar da Dinamarca e da Noruega, mas não me arriscarei a afirmar, uma vez que não encontrei nada cientificamente correto sobre a questão), matar baleias significa uma "passagem" para a vida adulta: pais levam seus filhos para arriscar seuas vidas e cometer este tipo de crime para que sejam reconhecidos como "homens de verdade" - a forma mais estúpida de se afirmar a masculinidade...
A forma como se dá a matança das baleias é algo inominável - de acordo com o site Whalenation, "arpões explosivos são usados, que perfuram a pele e então explodem dentro do corpo, fazendo do interior das baleias pedaços segundos depois do impacto. O animal pode então passar por minutos e até horas de agonia e sofrimento antes de morrer pela hemorragia. Ainda assim, eles têm que levar vários tiros de armas de fogo, antes de finalmente morrer".
Um filme importante sobre o tema é "The Cove" - não por acaso, proibido no Japão. Ele mostra a forma cruel como golfinhos são encurralados e mortos no Parque National de Taiji.


Cartaz do filme "The Cove"
Fonte: http://www.gmagazine.com.au/reviews/1514/the-cove

Pescadores locais matam golfinhos indiscriminadamente (pouco importa a época de defeso ou mesmo se matam filhotes e suas mães) e o vendem como sendo carne de baleia, a fim de atingirem um preço maior (como disse... se fosse uma atividade em que não se lucrasse...).
A ONU armou uma brecha da qual estes países se utilizam demais: a caça é permitida se for para a realização de pesquisas científicas. Nos últimos anos, NADA de relevante tem sido levantado por esses países com relação ao tema, mas a caçada segue a todo vapor.
Algo a se lembrar é que os japoneses também não cederam a qualquer tipo de pressão e continuaram caçando determinada espécie de atum para a fabricação de seus tradicionalíssimos sushis. Hoje, os atuns encomtram-se em franca ameaça de extinção, o que obrigou os nipônicos a buscar novos tipos de carne. Achava-se que este seria o destino das baleias (embora se tentava a muito custo evitar), mas nem se conseguiu evitar o risco de extinção, tampouco a finalização da caçada.
Falando em um "esporte" que querem vender como "arte" e nesta película que (opinião minha) deveria brilhar nas telas de todo o mundo, me lembrei deste post que pus no meu outro blog, acerca do "artista" Guillermo Vargas Habacuc.







Fonte: http://cantinhodotom.blogspot.com/2008/04/o-que-crueldade-o-que-arte.html

Me faz pensar: em Roma, eram os gladiadores a se matar e a matar leões. Anos à frente, e são touros. Agora, expomos pobres cães em galerias e os deixamos morrer de fome sob a desculpa de "arte"... caçamos cruelmente animais dóceis e os vendemos como uma carne mais cara - esta, por sua vez, de outro animal que está em vias de extinção... Será esta a humanidade a qual eu quero expor meus futuros filhos?
E vocês, o que pensam sobre tudo isto?

ps: em tempo: THE COVE é um filme que recomendo amplamente - para ecologistas e para quem não se importa com o assunto!

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